Nesta quarta-feira, 25 de abril, Claudia Sarmento, correspondente do jornal brasileiro O Globo, publicou uma matéria no site oficial da mídia falando sobre o sucesso crescente do gênero K-Pop. Confira a seguir:
Com refrãos grudentos em inglês, as bandas de K-pop viram fenômeno além da Ásia
Grupos formados apenas por meninos ou meninas conquistam adolescentes pelo mundo
O Super Junior, uma das sensações do pop coreano, se apresenta no Madison Square Garden, em Nova York
TÓQUIO – O estúdio de dança Cielo, em Tóquio, é uma academia como
outra qualquer, mas anda impossível conseguir vaga ali. Cerca de 600
alunos se matricularam recentemente por causa de uma aula que ensina uma
coreografia específica: eles querem imitar os passos do Girls Generation
— grupo formado por nove mocinhas sul-coreanas com rosto de criança e
corpo de top model. Suas canções e clipes são uma febre no Japão. O
segundo maior mercado de música do planeta, contudo, já não basta para
as meninas e outras bandas que seguem a mesma fórmula, todas saídas de
Seul. A Ásia inteira ficou pequena para o pop coreano — ou K-pop
—, que partiu para a conquista do mundo. A ofensiva, com o amparo
crucial das mídias sociais, está dando certo. E não adianta fazer
careta.
Girls Generation, Super Junior, Wonder Girls, Se7en, Big Bang, The Boss, Kara, TVXQ, SHINee e Boa estão entre os conjuntos, só de garotos ou garotas, que transformaram o K-pop
num fenômeno global. Misturando elementos de disco, hip-hop, techno e
rock, eles têm feito adolescentes urrarem em shows cuidadosamente
produzidos, de Pequim a São Paulo. Não é exagero falar em uma onda
internacional com dimensões de tsunami.
A “Billboard” criou uma parada exclusiva para o gênero, o K-pop Hot 100 chart. No fim de 2011, levados pela maior gravadora de Seul, a SM Entertainment,
alguns dos principais ídolos teen coreanos lotaram o templo sagrado da
cultura americana, o Madison Square Garden. Em Paris, o primeiro
espetáculo de pop coreano na França teve os ingressos esgotados em
minutos. Os fãs se mobilizaram via Twitter e exigiram, num flash mob,
novas apresentações, reproduzindo os passos das coreografias em frente
ao Museu do Louvre.
Uma festa para os olhos
As meninas do Girls Generation lançaram em fevereiro seu primeiro >ita (Erro no corpo da matéria?)
— O K-pop é uma festa para os olhos, fácil para os
ouvidos e movido por uma megamáquina publicitária. A alta qualidade dos
vídeos, em particular, é fundamental na difusão dessa paixão. O aspecto
visual compensa a barreira da língua — diz Susan Kang, criadora do site soompi.com, dedicado ao K-pop.
Moradora de Los Angeles, ela desenhou a página como um fórum de fãs
há mais de dez anos. A crescente audiência não coreana chamou a atenção
da companhia de tecnologia Enswers, baseada em Seul, que comprou e
ampliou o site no ano passado. Susan vê outras
explicações para o apelo universal das boy e girl bands coreanas, que
têm geralmente entre 6 e 13 integrantes: refrãos em inglês que grudam,
coreografias variadas e transformações visuais entre uma canção e outra.
Nomes poderosos da indústria da música americana, como o produtor Teddy Riley, foram contratados para dar um toque mais fusion ao som das bandas.
A web desempenha um papel-chave nessa história toda, alimentando a globalização do K-pop
em redes como Facebook, Twitter e Tumblr, além do YouTube, que tem um
canal dedicado ao estilo. Nos sites soompi.com e allkpop.com, que
publicam tanto informações sobre shows quanto fofocas sobre a vida das
celebridades made in Korea, as participativas comunidades ficam sabendo,
por exemplo, que os garotos do KE:A (ZE:A?)
serão os primeiros representantes do K-pop a fazer um show solo no
Oriente Médio, em Dubai, neste fim de semana. Ou que tipo de cara a
starlet Hyorin, do Sistar’s (SISTAR?), prefere beijar (“Não sou romântica, gosto de agressividade”, ela avisa).
Os astros desse universo não são talentos descobertos por acaso. Os
jovens cantores, a maioria adolescentes, podem passar até dois anos
sendo treinados em agências de Seul antes de subir ao palco. Na
esperança de repetirem a trajetória de um Justin Bieber ou uma Taylor Swift,
enfrentam uma preparação digna de academia militar. Não é à toa que,
com um visual que combina sensualidade e inocência, parecem saídos dos
mangás e animês: suas raízes estão no pop japonês (J-pop). Os coreanos aprenderam com o Japão a fazer música para o público teen, mas embrulharam o produto de forma mais sofisticada.
— O K-pop está sendo moldado para o mercado internacional, enquanto o J-pop
é para consumo interno. O mercado doméstico coreano é muito limitado,
ao contrário do japonês, e, para crescer, as produtoras passaram a olhar
para fora. Além disso, as companhias telefônicas controlam a
distribuição digital de música na Coreia do Sul, que já representa a
maior parte da indústria musical do país hoje. Elas também estão
trabalhando para a explosão do gênero — explica o jornalista Steve McClure, que chefiou por quase duas décadas o escritório da “Billboard” na Ásia e hoje é editor-executivo do McClure Asia News.
O próprio governo sul-coreano dá incentivos para a promoção do K-pop.
Tenta enterrar a imagem de um país que já foi conhecido por fabricar
produtos baratos e ruins. Marcas como Samsung reformularam esse perfil,
mas a música também está ajudando a convencer o mundo — ou pelo menos a
parte dele que tem menos de 25 anos — de que a Coreia é cool.
Por favor,não retirar sem dar os devidos créditos!
Fonte: O Globo
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